Olá, Nerds e Nerdas, tudo bom? Como foi o fim de semana de vocês? Espero que tudo tenha saído conforme o planejado.
Neste fim de semana, eu fui forçadamente ao cinema com a Sra. Delarue assistir ao filme A pele que habito e, após o filme, uma coisa me veio à cabeça: mito de Galateia.
Antes de mais nada, vamos à sinopse do filme: Richard Ledgard (Antonio Bandeiras) é um cirurgião plástico que, após a morte da sua mulher num acidente de carro, se interessa pela criação de uma pele com a qual poderia tê-la salvo. Doze anos depois, ele consegue cultivar esta pele em laboratório, aproveitando os avanços da ciência e atravessando campos proibidos como os da transgênese com seres humanos. No entanto, este não será o único delito que o cirurgião irá cometer...
A sinopse já diz tudo e, por mais que eu queira escrever, acabarei contando spoiler. Tentarei, então, ser o mais simples e coerente possível, sem estragar os acontecimentos para os que não viram.
Diferente da Sra. Delarue que é chata pra caralho, pois é cinéfila conhece os filmes do Almodóvar, eu fui apenas para me divertir. Gostei do filme, confesso e digo que ele pode ser dividido em três atos: tempo atual; 6 anos antes, mas com a versão de Richard e; 6 anos antes, mas com a versão de Vera. Richard é um cara sádico, tem um “quê” de Victor Frankenstein, pois Vera não deixa de ser a sua criação e, no decorrer do filme, minha cabeça rimbombava: "mito de Galateia".
O filme tem seus momentos de tensão e alívio cômico. Com relação aos momentos de tensão, voltamos aos clássicos filmes de terror, que usavam o terror psicológico, ou seja, deixa o espectador preso na cadeira, pois você não sabe exatamente o que ele fará. O momento “barbeiro”, para mim, foi o mais tenso. O alívio cômico fica por conta da filha do Richard, Norma, em um casamento, e a empregada, Marilia, e seu filho.
Podemos também fazer uma relação de Síndrome de Estocolmo no filme, mas creio que ele se encaixa melhor no mito de Galateia. Agora, "que raio mito é esse?" Você pergunta, e eu respondo: resumidamente, o mito se refere a Pigmalião, um exímio escultor, que, horrorizado pelo comportamento indecente das mulheres, optou por viver isolado e imerso em seu trabalho. Como não era insensível à beleza feminina, esculpiu uma imagem de mulher, em marfim, para fazer-lhe companhia. A figura esculpida era de uma beleza tão grande, trabalhada com tanta arte e parecia tão viva, que o escultor apaixonou-se por sua obra e a chamou de Galateia.
Depois de algum tempo, implorou a Afrodite (a deusa do amor) que lhe permitisse encontrar uma mulher igual à estátua de marfim. A deusa ouviu a súplica e, benévola e sacana, atendeu em parte o pedido. Quando Pigmalião regressou a sua casa, a estátua de marfim ganhou vida e se tornou sua esposa.
Esta relação de Frankenstein (que todo mundo conhece) e Galetéa se dá em comparação da criação da “criatura” e o amor que o criador cria por ela.
Eu terminaria o post dizendo, que recomendo o filme, mas não farei isso porque ficarei ouvindo a semana inteira a Sra. Delarue dizendo: “(…) está vendo? Eu sempre levo você para ver filmes interessantes blá blá blá, não são como esses seus filmes acéfalos que você vê e mais blá blá blá (…)”.
Abraços.
P.S. do House - Em defesa do Sr. Delarue sou obrigado a dizer como ele bem apontou: o filme é basicamente a estrutura do Frankenstein (o livro), com uma pitadela do mito de Galateia. Ou seja, se há algo de meramente inteligente no filme do Almodóvar, ou mesmo em sua obra cinematográfica, é o engajamento de seus fãs que apelam a uma cegueira desgraçada ao não correlacionar os modelos com os quais ele trabalha (tá vendo, Sr. Delarue, um pouquinho de leitura ajuda a dar uma sacaneada na Sra. Delarue)...
1) eu não sou fã do Almodóvar
ResponderExcluir2) eu não sou cega, sou muito crítica
3) só pq ele aproveitou o modelo de outras histórias não significa que ele não tenha impresso o seu estilo, tornando o filme interessante e diferente dos filmes acéfalos de super herói tão caros aos nerds
Laura, respondendo suas respostas (com fazem os políticos de nosso país...):
ResponderExcluir1 - Bazzinga!
2 - Bazzinga!
3 - Bazzingaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa!!!!
Sem mais, senhor juiz ("porque meritíssimo é aquele que tem mérito e não reconheço nenhum caráter meritório de quem é rico graças ao dinheiro suado do povo" - frase dita no Fórum do Méier...)
Ótimo review Delarue.
ResponderExcluirApesar de não gostar nem um pouco do Bandeiras, fiquei curioso de assistir esse filme.
E depois, deem uma conferida aqui seus putos: http://obailedosenxutos.wordpress.com/2011/11/29/mimimi-do-sorg-02/
Uhauhauhua... alguém teve de dormir no sofá uns dois dias após fazer o review (que ficou bacana, inclusive - até desperta interesse em assistir)...
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