A caverna em Dungeons and Dragons (Introdução)

Fala aê!

Outro dia, estava eu em minhas atividades civis, quando precisei retirar alguma coisa da mochila. Maluco, tirei um bocado de coisas que nem sabia que existiam mais, uma infinidade de papéis que guardei por simples preguiça de jogá-los fora (viu, crianças, não joguei os papéis na rua, separei-os para jogá-los em casa – vai para a lição do dia).

Pouco importa saber o que eu fiz com os papéis, importa sim o sentimento que tive na hora. Virei para a pessoa ao meu lado (um nerd velho com certeza) e disse que estava me sentindo o Presto do Caverna do Dragão, cheguei em casa e peguei o meu uniforme, comecei seguir o rastro psíquico deixado por esta frase e daí veio a inspiração para este post, como de costume, uma bela cagada de regra em cima deste desenho, dos personagens e das armas.

Primeiro, vamos nos situar, estamos falando de Dungeons and Dragons, a série animada que aqui no Brasil ficou conhecida como Caverna do Dragão (antes que algum mané desavisado pense que eu estou me referindo ao jogo de RPG). A série conta a história de seis moleques que saíram para passear no parque, foram para a montanha russa e acabaram entrando de bucha num portal dimensional para outro mundo. Lá conheceram um velhinho chamado Mestre dos Magos, um “unicórnio maldito” chamado Uni (sacaram Uni – unicórnio – criativo né?) “vivendo altas confusões” num lugar chamado Reino (show, mais criativo ainda), contra um ser malévolo chamado Vingador, na esperança de um dia voltar para casa.

Fazendo uma busca em meus alfarrábios, achei um texto muito bom sobre a série com o seguinte título  “Caverna do Dragão: Uma visão kleiniana”, em que os autores apresentam a teoria de Melanie Klein, uma psicanalista britânica (parte chata e longa) e comparam com o desenho (parte legal e viajante). Segundo o grupo, o desenho é uma grande metáfora de um parto, na qual o ventre é representado pelo parque e o mundo externo é o Reino, imaginem o que é o portal dimensional? (É a primeira vez que eu vejo alguém chamar uma vagina assim... ah, se ficarem envergonhados é porque vocês precisam se tratar).

Se pegarmos o nosso velho conhecido Campbell (conhecido sim pois, já falamos um pouco dele no papo nerd de psicologia, deixa de ser preguiçoso), chegaremos na tão falada “jornada do herói”. Uma senhora volta que eu dei só para dizer que, quando o herói está numa caverna, isso normalmente pode representar que ele está entrando em contato com seu lado mais tenebroso, mais obscuro, mais inconsciente. 

Nesse sentido podemos propor que eles foram enviados para o Reino com o fim de amadurecerem, boa alegoria para a adolescência, né? (Sei que você pensou nisso também) No entanto, caro gafanhoto, podemos dizer que, a todo momento de nossas vidas, passamos por ocasiões em que precisamos ter mais contato conosco, fazendo assim uma alegoria da caverna.

Bom, mas não é sobre a série que vou falar nesta série de posts e sim sobre o perfil de cada um dos personagens, que, na minha opinião, se apresenta dentro da dinâmica de suas armas, tentando explicar de maneira bem miudinha pra vocês. 

Não é atoa que o Hank tem um arco, ou o Presto tem um chapéu mágico, o Bob um tacape, etc, etc, etc. Para tanto, vou dividir a equipe em duas, e seja o que Deus quiser.

Bom, até a próxima.