Mesmo com o especial da semana sobre as Jornadas da USP que ocorreram na semana passada. Eu tenho uma obrigação com o leitor desse blog: terminar esse “aquecimento crítico” para o DC Relaunch que se iniciará na próxima quarta-feira. Não tecerei nenhuma consideração sobre o que farão com Batman, pois sua cronologia já está tão desgastada e confusa com o impressionante números de títulos relacionados a seu universo que ameaça desintegrar os arquétipos de todas as personagens à sua volta…
Hoje, gostaria de conversar sobre a Mulher-Maravilha e tentar demonstrar como os cabeças-chave do DC New 52 (ou quando um Twayne se encontra com um Allen) não estão se entendendo. Para poupar espaço nesse post, gostaria que o leitor desse uma olhada num antigo artigo sobre o problema dos trajes femininos no blog Marvel 616. Nele, Cammy mostra o que podemos considerar uma ampla abordagem sobre o papel da verossimilhança nos trajes de personagens femininas nas HQ.
Quanto à Mulher-Maravilha, a proposta inicial de Jim Lee era esta:
Além de mudar o padrão dos penduricalhos da Princesa Diana para Ouro Branco ou Prata (o que gera uma maior gama de efeitos de luz e sombra para a personagem), Lee propôs o mais lógico – se a Mulher-Maravilha é uma combatente do crime, por que diabos ela usaria um biquini?! Já imaginaram como seria o mercado de trabalho se todas e eu disse TODAS as mulheres trabalhassem obrigatoriamente de biquini?! Pelo simples fato de não ter lógica, não vemos isso… Agora, por que fãs de HQ de super-heróis insistem em ver a Amazona como uma espécie de teamleader sem a saia? Pelo simples fato de não respeitarem o sexo oposto? Não é bem assim…
A maioria dos fãs não querem que seu personagem mude. Essa é a triste verdade. Mudança, por um lado, significa que aquela personagem não é mais para ele e, por outro lado, as mudanças podem mudar o significado daquela personagem num contexto mais amplo. Talvez por ambos motivos (quem saberá?), os fãs americanos pegaram seus donut’s e melaram seus teclados com e-mails raivosos reclamando da roupa da Mulher-Maravilha. “Ela deveria usar o uniforme clássico…” Então, DanDidio mandou Jim Lee desfazer a cagada confusão que fizera anteriormente e eis que surge:
Jim Lee simplesmente coloca a mesma tanguinha usada por John Byrne em sua estada na DC para refazer a Mulher-Maravilha. Confiram:
O grande problema aqui é o seguinte: como se trata de uma tanguinha que lembra a tanga clássica da personagem, ninguém mais reclamou de nada. Voltaram sua atenção para a ausência da SJA e consguiram manter a SJA na produção de novos gibis pós-New 52. Reclamaram de Bárbara Gordon e sua relação com os trabalhos de Morrison, mantiveram Piada Mortal na cronologia da personagem. Ou seja, a Mulher-Maravilha é, talvez, a melhor representante desse New 52, pois mostra a tendência para os parâmetros de “modificações” que serão realizadas pela Editora – não se fiarão na força de seus roteiros, não se fiarão na força arquetípica de suas personagem, nem mesmo se fiarão em toda a retomada da cronologia para uma nova interpretação que visa a melhor adequação de suas personagens para os novos tempos…
O que está preocupando a DC Comics é a quantidade de e-mails em sua caixa de entrada…
Resta-nos somente esperar as primeiras edições de New 52, a sair 4ª feira e esperar-me dizer: “Eu avisei, não foi?”
Inté.
Cara, eu sou muito contra a Mulher Maravilha de calçolas contra o crime, bem ou mal ela é uma representante da expressão feminina. Fica algo pobre vê-la apenas para servir a anseios masculinos. Ela acaba não evoluindo visualmente, e até (acho eu) dificultando o desenvolvimento de histórias. Lembro que uma boas iniciativas, foi quando ela se tornou embaixadora, sabe, uma pessoa séria, um cargo sério, nada mais justo que um visual sério para ela.
ResponderExcluirLeonardo,
ResponderExcluirDesde a sua origem a Mulher-Maravilha tem uma íntima relação com a sexualidade nas mulheres (note que eu não escrevi feminina). Dessa forma, tanto a saia quanto as "calçolas" têm uma razão de ser, mas a personagem não é só isso.
Algumas iniciativas interessantes já foram feitas com ela. Na época que Pérez assumiu, por exemplo, criou-se uma aproximação com a mitologia grega, além de todo um enredo envolvendo a celebridade como tema. Foi legal, mas se perdeu com o tempo. A fase de embaixadora bateu-se com um problema sério: enquanto o desenho animado de Bruce Timm conseguia colocar a personagem em convenções e tratando, mesmo que timidamente, de assuntos políticos, os quadrinhos nunca conseguiram, de fato, inserir o tema política internacional na "agenda" da super-heoína. Eram histórias boas, mas não passavam desse limite.
Mas os homens nos gibis usam roupas super-hiper-mega coladas ao corpo e que se rasgam, isso é fetichista também. O mundo super-heróico todo é fetichista e tudo bem, faz parte do impacto visual.
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