Mais uma vez, a Sra. Delarue nos dá o ar da graça para publicar uma crítica cinematográfica. Dessa vez, ela escreve sobre Tropa de Elite 2 – O inimigo agora é outro, um sucesso de público e crítica em 2010.
Crítica da Sra. Delarue:
“Um dos filmes mais aguardados do ano de 2010, Tropa de Elite 2 bateu recordes de bilheteria no seu fim de semana de estreia. A continuação da história do Capitão Nascimento era certa, depois do enorme sucesso do personagem que virou herói do cinema nacional e do povo brasileiro.
Se no primeiro filme o alvo era o consumidor de drogas, que sustentava o tráfico e a violência, agora os acusados são a polícia e os políticos corruptos. Há também um personagem defensor dos direitos humanos, fazendo contraponto aos ideais, para muitos, fascistas do policial. Nascimento continua achando que bandido bom é bandido morto, mas percebe que era ingênuo ao acreditar que bastava acabar com os traficantes, que o problema estaria resolvido. Ele vê que não adianta atacar a ponta do sistema, se a base permanece intocada. Daí o surgimento das milícias e do aproveitamento da situação pelos políticos para angariar votos. Como “missão dada é missão cumprida”, ele apenas fazia o seu trabalho sem questionar ou olhar para realidade como um todo.
O realismo e o naturalismo são trunfos que ajudam a crítica social e a identificação do espectador com a história e o protagonista. E aí fica visível o esforço para agradar o público. Nascimento se tornou tão popular porque é um machão imbatível, que não tem pena de bandido. É claro que tem os seus dramas, senão seria inverossímil, mas não difere muito dos grandes astros dos filmes de ação americanos, lobos solitários rápidos no gatilho. Esse tipo de filme é raro no Brasil, por isso o sucesso, mas passaria despercebido nos Estados Unidos, que mandam no cinema mundial e moldaram o gosto do brasileiro por heróis truculentos.
Além disso, o didatismo incomoda um pouco, já que o personagem explica tudo o que é visto na tela, inclusive os seus pensamentos, sem deixar espaço para dúvidas ou percepções próprias pelo espectador. Entretanto, isso não tira os méritos do filme, que conjuga ação com ótimo roteiro e boas atuações. Embora uma nova seqüência seja muito provável, é melhor que deixem o Capitão Nascimento descansar e terminar sua jornada longe dos Caveiras. Já acompanhamos o seu amadurecimento e não queremos ver a sua decadência por causa da ganância que ele tanto combateu.”
Abraços.
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