Hoje, dia 31 de janeiro de 2012, é um dia triste para o quadrinho nacional. Reconhecidamente o quadrinho no Brasil trabalha em três frentes básicas – a primeira, é a Maurício de Sousa Produções que mantém um trabalho consistente nos últimos quarenta anos; a segunda é a exportação de artistas brasileiros para o mercado americano; a terceira, é o quadrinho independente que, de quando em quando, lança algo que presta esteticamente. Hoje, porém, é um dia triste para o quadrinho nacional.
Hoje faleceu Alvaro Araújo Lourenço do Rio, ou Al Rio, em Fortaleza, no bairro da Serrinha. O que mais espanta não é o falecimento desse desenhista de 40 anos de idade, mas a completa ignorância dos órgãos que se prestam a noticiar todo o tipo de coisa referente à quadrinhos. Até 12h07, não havia sequer uma notícia sobre o ocorrido, exceto aquilo que Joe Bennett escrevera em tom de desabafo em seu facebook (não iremos reproduzir aqui porque não vou pedir autorização para ninguém – quer ler? procura!).
Nenhum blog, nenhum site disponibilizou a notícia, o que é muito estranho. Nós do Notas Nerds não somos um site de notícias, mas achamos interessante o que aconteceu durante a tarde de hoje e, por isso, estamos comentando o fato. A grande questão é que há uma espécie de “oba-oba” com relação ao quadrinho nacional, alguns artistas são reverenciados, mas não há nada que possamos chamar de um movimento em torno do quadrinho nacional. O que há são eventos puramente voltados ao consumidor e não à produção.
Polêmicas à parte, Al Rio tinha uma carreira internacional consolidada: trabalhou para a Marvel Comics, DC Comics (e Wildstorm), Dark Horse, Chaos, Image, Zenescope, Malibu, Vertigo. Os títulos mais recentes de que temos conhecimento de seu traço são Grimm Fairy Tales e X-Men Unlimited. Nos EUA, o site Bleeding Cool noticiou sua morte ligando a um suicídio. A polícia de Fortaleza investiga o caso.
Bem, senhoras e senhores, fica a lição para o mundo nerd brasileiro. Desconhecemos os nossos e não reconhecemos os nossos.
Inté.