Ano novo, vida nova, post velho, rs. Depois de algum tempo perdido na minha Caverna do Dragão (não, não fica em Bangu...), retorno para enfim terminar esta análise sobre o desenho (eu poderia também não terminar, assim como a série, mas como eu sou apenas um estagiário morador de comunidade, os meus supervisores me puseram para terminar logo isso).
Só recordando, estamos analisando os personagens da série Caverna do Dragão (Dungerous and Dragons), já demos uma geral e depois observamos três personagens. Para terminar, pensemos sobre os três últimos que faltam.
Seguindo a ordem da chamada, o nosso próximo personagem é o Hank. Acho que Mestre dos Magos (uma vez ou sempre, não me recordo) o chama de arqueiro. Ele é o líder do grupo e possui um arco sem corda, mas que pode atirar flechas mágicas sem parar (sim, é um maceteiro, um apelão). O legal é que, enquanto líder, ele não recebeu uma espada (normalmente é dada esta arma aos líderes). O arqueiro pode ser visto como o visionário do grupo, aquele que dará direção à equipe, suas flechas iluminadas fazem bem essa alegoria. Ele representa a visão e a firmeza do grupo, tanto que seu medo é falhar com eles. No lendário episódio em que todos demonstram seus medos, ele mostra o seu medo de falhar com o grupo. No mesmo episódio, Hank quase se torna um guerreiro esqueleto, o que mostra o quanto de seus ideais havia morrido.
Ordem na sala, chamando Presto, mago possuidor de um chapéu mágico que pode lançar feitiços. É o alívio cômico do grupo (uma espécie de Sr. Delarue deste blog) junto com o Éric, que é a caricatura da criança mimada que quer tudo no momento em que desejar (lógico, escondendo alguma falta que talvez tenha ocorrido em sua infância, mas que não irei desenvolver porque estou falando do Presto, por favor, não me deixe voar para outros assuntos), Presto é o protótipo do garoto nerd clássico (não essas bizarrices de hoje em dia). Este é, em minha opinião de merda, o personagem mais interessante de todos porque ele é o que tem um poder abissal capaz de fazer ou criar qualquer coisa, mas, mesmo assim, é limitado por sua insegurança. Tanto é que ele até prefere se distanciar do grupo para estudar magias no episódio “A noite sem amanhã”, no intuito de se aperfeiçoar.
O seu chapéu de mago representa o poder da criatividade, seus feitiços que fogem do habitual de um mago medieval (como trazer um navio da Marinha) mostram o quão diferente e capaz o personagem pode ser. Ele começa depois de algum tempo a fazer rimas para efetuar os seus feitiços (ideia de jegue) e isso demonstra sua capacidade para criar, (porque fazer uma rima para cada encantamento deve ser muito cansativo), assim como a sua própria identidade (esquisita, mas sua).
Por último, vamos discorrer sobre Sheila, a personagem (em minha opinião) mais sem graça, porém uma das mais importantes. Não só por ser o contraponto do seu irmão Bobby (o Wolverine misturado com o Scooby-Loo)... Ou por ser o affair do Hank (porque dali não saiu nada de nada)... Ou, ainda, por ser a amiga de futrico da Diana... Ou mesmo por conta de seu incrível Manto da Invisibilidade (que confere a ela o poder de se tornar invisível, dããããããã!!!)...
Sheila, talvez, seja a personagem que mais tenha dado problemas aos seus criadores, pois como inserir uma “ladra” numa equipe para contar histórias para um público de fralda e leigo no mundo dos RPGs? Na dublagem brasileira, ela nunca foi nomeada pelo Mestre dos Magos (que tem a péssima mania de apelidar os aventureiros), mas, na dublagem americana, ela já foi chamada de “thief” (ladra, Change!). No entanto, ela criou (ou melhor, criaram nela) uma personalidade de clériga, tanto que, em algumas versões, ela é chamada de curandeira e até de enfermeira (para delírio dos fetichistas de plantão). É ela quem cuida e ampara os nossos personagens de alívio cômico (Éric e Sr. Delarue Presto).
Ela deve ter sofrido muitos ajustes na sua criação a ponto de evidenciarem algumas características que no seu caso, tornando muito adequado, a representante da Emoção no grupo. Sua arma faz alusão a sua timidez e a maneira como ela, mesmo de maneira serena, também pode ter lugar numa equipe.
Bom, para não ficar repetitivo, pois muito do que eu poderia concluir, já disse no primeiro texto dessa série (faz favor de ler, seu preguiçoso), talvez o mais importante seja entender que os personagens refletem aspetos de nossa personalidade, como o medo do Éric, a explosão do Bobby, ou a serenidade da Sheila. Saber lidar com todas essas particularidades fará com que estejamos bem mais preparados para lidar com os perigos dos nossos “Reinos” internos.
Por hoje é só, pessoal. Tenho de continuar a patrulha (e não! Não é em Bangu...).