12 de outubro de 2011

Na livraria, o que fazer? (parte 02)

Semana passada escrevi sobre dois títulos internacionais de extrema importância para os leitores de quadrinhos, havia mais um, mas os meus instintos (leia-se Vicodin) me diziam para que eu não comentasse nada sobre ele, isso significa que vocês podem ler sobre o título AQUI.

Agora, chegou a vez dos artigos nacionais que, porventura, possam interessar o leitor. Lembremos sempre que se trata de uma amostragem qualitativa de exemplares, ou seja, não falarei somente dos traços que envolvem a HQ, mas também da narrativa (ou ausência dela), representatividade com relação ao que já foi produzido, entre outras coisas.

O caro leitor deve estar imaginando: “Pronto! Agora, ele vai falar do Maurício de Sousa”. Bem, sim e não. Vou falar, na realidade, de Sidney Gusman do Universo HQ e de seu trabalho editorial com o projeto MSP 50, MSP +50 e MSP novos 50. Agora, deve ser o momento, suponho, que você pensa “Ah, House! Eu já sou grandinho, conheço todas as fofoquinhas com relação ao Maurício, então, por que eu vou ler essas edições?” Primeiro, ignóbil leitor, você lerá porque o trabalho de Sidney contradiz a maioria das fofocas com relação ao Maurício de Sousa enquanto produtor de HQ. Segundo, você lerá porque se trata do trabalho que ao mesmo tempo em que mostra vários caminhos para a turma da dentuça, mostra também um grande trabalho de homenagem, o que evidencia a importância, a esses personagens no mercado brasileiro.


Maurício de Sousa é um ícone da produção brasileira de quadrinhos, sem sombras de dúvidas. Figura polêmica que criou os mais queridos e vendidos personagens de HQ’s do ocidente. Nem sempre alcançou um nível de qualidade aceitável em suas produções, mas deve-se ressaltar que há décadas é figura presente no quarto de qualquer infante metido a nerd. Não posso dizer, entretanto, que minha primeira educação em quadrinhos se deu com os personagens da famosa turminha. Meus pais sempre preferiram as aventuras da Turma do Pica-Pau, vá entender...

Umas das famosas acusações que surgem em torno do nome de Maurício de Sousa tem relação com o fato de ele não dar crédito a argumentistas e roteiristas que trabalham na Maurício de Sousa Produções. O grande problema aqui é que todos ignoram a empresa e se centram no homem. Maurício de Sousa Produções é uma empresa de histórias em quadrinhos que segue os moldes das empresas japonesas de quadrinhos cujas histórias levam o nome do dono da produção e não de seus artistas. Por isso, a importância do trabalho de Sidney Gusman. Pensada como homenagem ao trabalho da Maurício de Sousa Produções, o produtor mostra que existem artistas que não confundem empresa e o homem, mas rendem homenagens a ambos.

O trabalho editorial de Gusman é praticamente hercúleo, pois, além de dar crédito a cada autor/equipe, mostrou a riqueza do quadrinho nacional e a importância de Maurício de Sousa para o imaginário do brasileiro. Isso é o mesmo que dizer o seguinte: não é certo que todo o brasileiro saiba quem é Clark Kent, ou Peter Parker (mesmo com os filmes), mas todos sabem dizer quem é aquele menino com cabelo de cinco pontas ou aquele outro que não toma banho.

Para encontrar as edições de MSP, vá a Rio Comic Com e compre por lá. Se não puder, veja promoções AQUI.

Inté.

PS: Este não é um post patrocinado.

Um comentário: