12 de abril de 2012

Razão e Proporção – A estréia do Pânico na Band

Matemática é a aquela disciplina simples, com a qual todos nos identificamos, que quase ninguém estuda na escola e, mesmo assim, consegue garantir uma boa nota.

Ops! Eu queria dizer Língua Portuguesa, sorry. Matemática é um pouquinho diferente, um bicho de mais ou menos sete cabeças, se eu estiver contando direito. Na verdade, contar até sei, queria mesmo era lembrar dos estudos para falar, em razão e proporção, da estreia do Pânico na Band, pois tenho certeza de que existe algum nexo de causalidade entre tais temas.


Sim, vou falar da estreia, embora pareça datado, que aconteceu na semana passada, há cerca de dez anos e milhões de vídeos do You Tube depois. É que todo esse atraso se deve ao fato de que passei a semana fora, bebendo Logan e Gim com James Cameron. Falamos sobre filmes em 3D e vendemos destroços do Titanic no Ebay, enquanto o pobre rico cineasta aventureiro e rei do mundo subia e descia a Fossa das Marianas em posição fetal.


Voltando ao Pânico, creio que todos vocês já devem saber que a trupe apresentou seu último programa inédito na Rede TV há alguns meses, e, nesse ínterim, fechou contrato com a Rede Bandeirantes, tendo pouco tempo para, digamos, formular novas ideias, desenvolver formatos, etc.
Emílio Surita e Cia. gostam de acompanhar tendências da juventude conectada e criar eles mesmos modismos para consumo imediato, sendo bem-sucedidos nesse modelo que se retroalimenta.

No entanto, a ausência do Pânico por alguns meses, somado a uma possível revisão de seu estilo, para um possível enquadramento na nova emissora poderia derrubar o programa da onda que vêm surfando há quase uma década?

A resposta é que, no domingo retrasado, eles trouxeram artilharia pesada para enfrentar a guerra do hype: Um vídeo de abertura king-size com a maioria de seus humoristas na praia, realizando de entrevistas a intervenções nonsense, como a do pára-quedista fingindo aterrissar no meio dos banhistas e a do barbudo à lá Tom Hanks náufrago, roubando bolas desesperadamente, na intenção de reencontrar seu amigo “Wilson” (assista ao filme ou lembre do merchandising).


No tal bloco, há a tentativa da trupe de se manter atualíssima. Novos grafismos surgindo na tela, fazendo referência a hits da rede – a imagem de um dos memes (aquele que lembra Wilson Simonal) e a frase “as mina pira”.


É gratificante constatar que o Pânico continua sendo um somatório de forças. Carioca mostra que continua sendo, senão o maior imitador do Brasil, ao menos o mais versátil, ao vestir a pelanca do Boris Casoy.


E, embora eu tenha lamentado o desmantelamento do elenco de Comédia MTV, não posso negar  que sou louco por você que o Pânico ganhou com a abdução do humorista Gui Santana. Ele já fazia um William Bonner incrível, e arrebentou na sua estreia na Band, como Otário Mesquita.


A mudança de emissora, porém, não resolveu o que para mim sempre foi o calcanhar-de-aquiles do programa – o embromation. O que foi aquilo de esconder o rosto e o corpitcho das novas Panicats? Tática do João Kléber? Ainda assim, embora sexistas e às vezes contraditoriamente machistas e feministas, reconheço que isso deve funcionar, do contrário já teriam acabado com essas constantes chateações.


Racionalmente, vi poucas mudanças em relação à era Rede TV, e, até agora, nenhuma significativa (eles já usaram helicóptero antes, gente!). Ainda assim, torço para que sejam apresentadas nas próximas semanas (além disso, não tive saco de assistir o programa inteiro – vide o parágrafo acima) algumas alterações no formato que justifiquem a mudança para uma emissora com maior capital de investimento.


Proporcionalmente, o Pânico continua relevante, correndo para pegar o bonde dos mais toscos acontecimentos recentes (levaram o Cirilo – “Para nossa alegria” para o palco), e, quem sabe, finalmente enxergando que eles podem ocupar alguns dos espaços abertos pela turma do Casseta & Planeta – aliás, a julgar pelo novo programa destes na Globo, não será tão difícil ocupar todos...

Peace.

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