Apartheid hollywoodiano

Já ouviram falar em Apartheid? Não? Então: VÃO ESTUDAR!!!

Foi isso que vi no cinema, em um formato de “documentário”, em uma mescla de cenas propositadamente mal gravadas, câmeras de segurança e cenas para contar a historia. Distrito 9 (District 9, no original) simplesmente explodiu meu osso occipital e colou minha medula na parede do fundo do cinema chegando a manchar o vidro da projeção digital, assim como a sanguinolência não gratuita deste filme que nem sei como classificá-lo.

Tentarei agora: imagine algo que sempre quis ver... Agora, imagine que fizeram um filme disso... Melhore com o fato de que os EUA não são os bonzinhos, nem sequer aparecem, nem uma bandeirinha pelo menos, se apareceu eu não percebi... Coloque uma pitada de realismo em uma forma de documentário... E tente classificar como drama-ficção-ação, a receita de sucesso do seriado 24 horas.

Presto! Distrito 9 realizou esse pequeno sonho cinematográfico meu. Fico animado em dizer que este é o melhor filme do ano de 2009 e não levou o Oscar por pura politicagem estadunidense que necessitava alimentar o debilitado ego do povo com Guerra ao Terror.

Bem, para melhorar tudo, a produção é de um cidadão que fez história no cinema e, principalmente, no cinema Nerd – Peter Jackson, o materializador das obras de John Ronald Reuel Tolkien. Em Distrito 9,  novamente, realizou um excelente trabalho com uma mescla incrível de gêneros em que tenta agradar gregos e troianos. Até aqueles que dizem não gostar de filmes de ET's bobos irão se surpreender com uma imensa nave sobre a cidade de Johannesburg por 20 anos! Isso deixaria até Sauron com inveja!

Não consigo tecer muitos comentários sem “spoilar” a resenha: o filme tem uma receita muito boa, no melhor estilo 24 horas. O protagonista, para realizar seus objetivos (se é que realiza) parte de uma evolução incrivelmente absurda de caráter, que vai de um Nerd clássico com mulher gostosa (claro) para um Jack Bauer RPG cyber punk solitário e esperançoso. Desta forma, colocando em cheque nossa capacidade de seres humanos, o filme retrata muito bem uma frase que meu professor de história disse na minha época de colegial: "Estude o passado para entender o presente e, assim, prever o futuro".

Todos os sub-temas do filme são atuais ainda hoje, baseados na história da humanidade em um cenário futurístico. “Fantasticamente perfeito!”

O preconceito e a xenofobia (e tudo o mais) que a raça negra sofreu são mostrados no filme tal qual a antiga fórmula que Stan Lee implementou nos X-Men, mas diferente do coadjuvante preferido dos filmes Nerds da Marvel Studios, esse fato é levado ao extremo histórico, devolvendo o caráter realista do qual falava a pouco. Os conflitos étnicos nos põem, então, em posição de reflexão acerca de que tipo de humanos somos.

Resumindo, acredito que este filme deva ter uma censura de 14 anos no mínimo e, com certeza, agradará a todo o público, inclusive os que se intitulam cinéfilos cult-chatos-pé-no-saco que não assistem a blockbusters. Assista esse e, se não gostar, você é sim um desses cinéfilos elevado ao nível 80 de qualquer MMO.

Amiguinhos parem agora o que estão fazendo e programem-se já para ir à locadora ou às loja de conveniência mas perto de você para ver/comprar este filme, se não tem locadora vai já no netflix ou similares e veja via streamming! Na época da exibição, fui de novo vê-lo para poder escrever isso sem apelar pro sentimentalismo, juro que fui muito chato na minha crítica e este filme é maravilhoso. Acredito, porém, na possibilidade de ele ser daqueles filmes que ou você ama ou você odeia. Então, boa sorte!

Veja o Trailer legendado

Eu sou o novo integrante do Notas Nerds e fico muito feliz em fazer parte deste blog. Espero que gostem e que sejam úteis os posts!!

E que a Força esteja com você, que é forte...