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29 de dezembro de 2011

Coficon e Rio Comicon se encontram na última mesa (ou parte final)

Como disse semana passada, o Coficon foi interrompido por uma ilustre presença. Sim, senhores, o velhinho mais identificado com os mutantes da Marvel adentrava o auditório de comunicações da Leopoldina para uma saraivada de perguntas dos acadêmicos e dos demais fãs que acordaram cedo. Se vocês lembrarem de como foi o encontro entre Ebony Spidey e o sr. Claremont, vocês podem imaginar como me preocupei naquele momento.


Devo reconhecer que a grande maioria das perguntas realizadas foi, de fato, de um nível muito superior àquelas feitas no dia anterior. Mesmo assim, eu estava com uma certa desconfiança com relação à produção de Claremont. Se olharmos as origens dos X-Men, com as histórias de Stan Lee e seus milhões de ghost-writers, notaremos que há uma forte presença do número 3 nas relações, mas o estilo ágil dos anos 1960/1970, não permitiu um grande aproveitamento, mas já estava lá.

Claremont, por sua vez, ao trabalhar com os X-Men investiu e problematizou esse número 3 a níveis absurdos. Transformou praticamente tudo na série em algo com 3 pessoas ou 3 signos envolvidos. X-Men x Sentinelas x Irmandade dos Mutantes. Xavier x Bolivar Trask x Magneto. Wolverine x Jean Grey x Ciclope. Enquanto Stan Lee, portanto, apresentou o número 3 enquanto possibilidade ficcional, Claremont tratou o esquema triádico como fundamental para o entendimento das relações humanas em X-Men. Bem, é fácil pensar essas relações, mas complica pensá-las como elas funcionam. Rene Girard (se quiser saber quem é, veja AQUI) nos lembra que essa relação se dá por meio de sentimentos negativos que são habilmente disfarçados para realçar o caráter heroico das personagens.


Com isso em mente, fiz uma pergunta ao sorridente Claremont, relacionando essa estruturação triádica em sua organização ficcional com a temática do desejo e de como a inveja se torna fundamental para essa dinâmica. Creio que peguei pesado, mas a resposta foi sincera. Ele disse que nunca pensara muito sobre isso, acontecia naturalmente, mas que uma relação em três sempre envolverá que um dos personagens terá duas escolhas. Há um problema nessa resposta: se ele estabelece que uma relação triádica no seu pensamento enquanto roteirista, ele necessariamente deveria colocar-se numa mesma relação triádica de produção, pois quadrinhos, mesmo os autorais, são um trabalho em equipe. E, talvez, essa seja a minha maior crítica ao evento como um todo.

Temos de entender de uma vez por todas que o mal romântico (um termo cunhado por Girard) se reconstrói em várias esferas do saber humano. Absolutamente nada, em termos de arte, pode ser considerada uma produção individual. Um objeto estético é, em parte, a reprodução de um pensamento coletivo que um artista, ou, no caso dos quadrinhos, artistas expressa sobre um determinado problema da humanidade. Isso implica dizer que um romance não é a expressão do gênio, mas um reflexo interpretado de nós mesmos. Claremont e todos os artistas que compareceram ao Comicon do Rio de Janeiro expressaram que sua produção artística é individual e uma expressão de seu próprio ego com o intuito de se comunicar com o outro. Isso é a mais pura mentira. Claremont precisou de desenhistas que interpretaram a sua interpretação e a transformaram em imagens que, por seu turno, precisou de arte-finalistas para que as imagens pudessem ser reproduzidas que, por seu turno, precisou de coloristas para colocar as cores (mesmo sendo preto e branco) para que as imagens não se tornassem meramente uma reprodução de nanquim que, por sua vez, precisou dos leitores que interpretaram isso tudo e iniciaram um novo processo de interpretação para que aquela primeira interpretação se perdesse em prol de novas interpretações. Como pensar, então, que um objeto artístico seja meramente a expressão de um gênio?


A resposta é fácil porém cruel. Claremont e os outros artistas simplesmente retiram o Outro da equação e o transformam em si mesmo. Ou seja, fazem a mesma coisa que Ciclope em sua relação com Jean Grey. Ao retirar o “incômodo” Logan (que mexia muito mais com as ancas da Fênix), Summers poderia se imaginar como o amante supremo de Jean, mas sempre que notava a aproximação de Logan e via como sua auto-imagem era falha, tudo o que poderia sentir era inveja e uma vontade, mesmo que ignorada, de se tornar Wolverine. Agora, caro leitor, olhe os frutos da obra de Claremont, ou seja, vejam o que foi feito depois e me respondam: Wolverine e Ciclope não têm se aproximado cada vez mais e se tornado dia-a-dia cada vez mais parecidos?

A mentira romântica gera esse fruto. Um bando de “gênios” que, ao não notar o Outro, apenas podem imitar esse outro em prol de afirmarem-se enquanto indivíduos isolados. Tentam se isolar, serem individuais, tornando-se iguais aquilo que invejam. Como diria o inquilino do Chris, “Trágico, trágico!”

Inté.

22 de dezembro de 2011

Coficon – O evento acadêmico da Rio Comicon (Parte 02)

É, senhoras e senhores... Depois de um mês e uma passagem pelo Olimpo, o – espero – estimado doutor retorna para comentar a segunda parte do Coficon. O segundo dia marcou o início da quarta mesa do evento com as comunicações: “Mulher-Maravilha e o mito das amazonas”, “Urubucamelô: o lugar da HQ e sua apropriação por outras linguagens”, “Hyperion: de Friedrich Hölderlin à Marvel Comics”, “Watchmen e o Niilismo”, “Crise nas Infinitas Terras: Uma univocidade do ser?” e “Chris Claremont e a estética dos super-heróis”. Devo confessar que esse segundo dia foi mais interessante que o primeiro, pois parece que os organizadores conseguiram captar que este evento acadêmico não estava em seu ambiente principal. Dessa forma, durante todas as palestras os acadêmicos procuraram deixar claro para o público todas as nuanças de suas pesquisas.



Apesar desse ponto positivo, cabe a nós (ou seja, a mim, pois fui o único que conseguiu estar em todas as comunicações) falar um pouco sobre cada um dos trabalhos. O segundo dia foi marcado por certa insegurança com relação às comunicações. Em “Mulher-Maravilha e o mito das amazonas”, Susana de Castro demonstrou um ótimo conhecimento sobre a questão clássica concernente ao mito, mas pouco conhecimento com relação à história da criação de W. M. Marston. Temos de admitir, no entanto, que a história da Princesa da Ilha Paraíso está dentre as mais confusas do Universo DC (perdendo, é claro, para a história do Gavião Negro). Sua cronologia atropelada e, por muitas vezes, contraditória, é, segundo a pesquisadora um realce de determinadas funções de reelaboração do mito das amazonas. Parece para a autora que o mito, tomado como primeira expressão do feminismo por nossos contemporâneos, sempre permeou o imaginário da personagem, fazendo com que, ora ela se “modernizasse”, ora ela se “arcaizasse”.



Em “Urubucamelô: O lugar das HQ e sua apropriação por outras linguagens”, temos um trabalho estético realizado por Fernando Gerheim. Trata-se de uma tentativa de criação de um personagem que discute, do ponto de vista filosófico, o homem brasileiro que se encontra nas bordas da oficialidade. Enquanto nos EUA, esse homem se encontra no aspecto do vigilantismo, no Brasil, temos o camelô como figura máxima, aos olhos de Gerheim, dessa mesma marginalidade não-marginal. Depois dessa rápida explicação, vimos um curta metragem sobre a origem desse superser – oriundo dos camelódromos do Rio de Janeiro, a personagem acaba parando em um lixão e, com fome, degusta todo o tipo de lixo desse local – medicamentos, lixo hospitalar e uma substância verde que acaba por transformá-lo no Urubucamelô, mais um personagem que denota a profunda submissão que o brasileiro médio sente se confrontado com outras culturas.


Watchmen e o Niilismo” (porque não tivemos a comunicação sobre Hyperion) é a análise comparativa do gosto realista que está permeando a nossa sociedade e a questão do esgotamento das filosofias no século XX. Dessa forma, o trabalho baseia-se na famosa problemática das crises (do autor, do herói, dos quadrinhos). Fabio compreende que a obra de Alan Moore trás para os quadrinhos determinados problemas já abordados em outras linguagens artísticas, mas com nova força – desenvolvendo os limites da linguagem das HQ e, praticamente, ditando os rumos tomados pelos quadrinhos estadunidenses a partir de meados dos anos 1980.


Logo após, tivemos “Crise nas Infinitas Terras: uma univocidade do ser?”, em que Luis Felipe Castro Alencastro desenvolve uma reflexão sobre a famosa saga que tentou organizar o Universo DC (aquele puta-puteiro-do-caralho) e que, para ele, está atrelado ao desenvolvimento de determinada tradição na filosofia que versa sobre a relação do ser com o chamado real. Dessa forma, vemos, permeando a narrativa de Crise nas Infinitas Terras, uma correlação com as questões concernentes a Deus, ao homem, ao saber como central para a estruturação da existência humana.

Depois disso, não tivemos mais comunicações. Isso porque chegou um convidado que tomou a festa da manhã na Rio Comicon. Falarei dele na próxima semana.

Inté.

2 de dezembro de 2011

Boa da Semana - Lançamento oficial de WOW, em SP

Olá, Nerds e Nerdas, tudo bom? Como estão os preparativos para o fim de semana?

A boa da semana não será necessariamente neste fim de semana, mas sim na terça-feira, dia 6. Será nesta data que acontecerá o lançamento oficial do MMO, World of Warcraft, no Brasil e, de quebra, haverá uma celebração na Casa das Caldeiras, em São Paulo essas merdas só acontecem em São Paulo? Quando é que farão esse tipo de coisa aqui no Rio?

Quem puder ir vai ter a chance de conhecer membros da equipe da Blizzard que estarão autografando cópias dos jogos, além de ganhar prêmios em várias atividades, incluindo concursos de dança (WTF??) e conhecimento (vai estudar).

E quem for fazer cosplay de seu personagem favorito leva uma camiseta exclusiva do evento de lançamento do jogo (dependendo do cosplay, como é que o cara vai entrar na camisa? até parece que estão imitando a Panini e seus pôsteres como brinde...). O mais interessante é que a entrada será franca, ou seja, de graça, porém o acesso não é garantido e será limitado de acordo com a capacidade do local.

Eu gostaria muito de ir, mas é em São Paulo. Por mais que eu reclame, fico feliz que só agora as empresas de jogos resolveram investir no mercado nacional e tudo indica que essa será uma tendência, principalmente agora que o Governo resolveu reduzir os impostos sobre os jogos (AQUI).

Local
Casa das Caldeiras
Av. Francisco Matarazzo, 2000
São Paulo, SP
05001-400

Horário
Dia 6 de dezembro de 2011 às 20:00 horas (horário de Brasília)  

Abraços.

11 de novembro de 2011

Boa da Semana: Índia fashion month no CCBB

Fala aê!!!

Não sei se vocês estão sabendo, mas até o dia 29 de janeiro de 2012, o Centro Cultural Banco do Brasil do Rio de Janeiro (vulgo CCBB, para os mais íntimos) está com uma mega exposição temática sobre a Índia. Esta exposição tem logo na primeira sala uma quantidade absurda de fotos, que funciona como um banho inicial para inserir o expectador neste mundo. A exposição se divide em quatro partes que são demonstradas através de várias artes como o teatro, o cinema, a música e etc.


Além de vários textos que ajudam a compreender os detalhes das peças, das armas e do ambiente de um modo geral; a apresentação conta com guias que ajudam, de maneira mais densa, a mergulhar na exposição (tá, eu sei que você sabe que toda exposição tem um guia, mas sempre tem um distraído, como eu, que esquece disso e se esbarra com ele por algum tempo).

É uma sensação única poder olhar os manequins todos paramentados, sendo que cada roupa tem um ritual específico (Dr. House, não enche! Aqui no Rio não temos esse costume e lá, tive a impressão de eles serem bem mais rígidos em suas vestimentas, tanto que se distanciam muito uma das outras). Todas elas sempre muito coloridas e as vestimentas femininas cheias de penduricalhos brilhantes.


Uma sensação muito boa também foi passar de um espaço onde se conhece boa parte da mitologia do local (que por si só já vale a pena, para quem curte mitologia como seu amigão aqui) para uma sala onde há um teatro de marionetes. É fabuloso!!!! É como se aqueles personagens saltassem para fora e criassem vida, começassem a dançar (putz, as marionetes dançam que nem umas lacraias... Vai, lacraia!!!!) encenando um determinado tema (existem algumas apresentações teatrais ao vivo, mas é preciso conferir a programação no site).


Eles ainda fazem uma parte só para apresentar a obra de Gandhi, e uma só voltada para filmes (na qual você pode até ver filmes Indianos). Nesta mesma sala, você se depara com uma parte em que eles mostram a nossa visão sobre o país e suas influências (tá... é aí que eles perdem uns pontos, porque mostram a novela da Globo, O clone, como exemplo, que merda).


A exposição é incrível, aconselho a irem. Leve sua família, suas namoradas (ou peçam permissão para irem, né, senhor presidente), suas amantes, pseudo-namoradas, peguetes, por aí vai... porque vale muito a pena ir.

8 de novembro de 2011

Coficon – O evento acadêmico da Rio Comicon (Parte 01)

Um evento acadêmico organizado dentro de um evento pop sofre dificuldades que já abordei na primeira parte dessa série (AQUI), mas isso pode ser sanado com adaptações de conceitos e noções para o público que é leigo no assunto. Dessa forma, pode-se, por exemplo, munir a plateia com conceitos sem que elas saibam e não recorrer a algumas práticas próprias da academia com o intuito de fazer com que as opiniões do público tornem-se instrumentos com algum valor para o pesquisador da área de quadrinhos (falo por experiência: minha participação no blog é uma tentativa consciente de fazer o mesmo, daí a grande dificuldade – minha – de expor certos problemas nos artigos).

No primeiro dia do Coficon, infelizmente, não foi isso o que ocorreu, em parte. No dia 22 de outubro, às 10 horas, tivemos as comunicações “Sobre quadrinhos e a filosofia: a questão autobiográfica”, de Marcos Carvalho Lopes; “Realidade e ficção nos quadrinhos”, de Fabio Mourilhe; “Sandman: para além do sonho e do devaneio”, de Luis Felipe Castro Alencastro; e “A noção de ruptura de Bachelard nas HQ”, de Fabio Mourilhe. Um primeiro dado importante: em Língua Portuguesa, as siglas não apresentam pluralização quando o último termo já está no plural. Portanto, história em quadrinhos (HQ) e histórias em quadrinhos (HQ) são apresentadas com a mesma sigla e sua pluralização se dá de maneira contextual. Por esse motivo, tomei a liberdade, caro leitor, de corrigir alguns títulos na presente resenha para que não haja dúvidas quanto à correção gramatical de nosso blog.


Marcos Carvalho apresentou, conforme dito acima, a relação entre histórias em quadrinhos e memória, no romance de Umberto Eco chamado A misteriosa chama da Rarinha Loana. Sendo um dos primeiros europeus a lidar com o tema quadrinhos, Eco pode ser considerado um profundo conhecedor dos quadrinhos italianos e da emigração dos quadrinhos estadunidenses em todo mundo. No romance, a personagem possui um tipo específico de amnésia e sua memória é reconstituída enquanto leitor de quadrinhos. O mais importante da palestra, talvez, é determinar que há uma relação entre diversos sistemas semióticos diferentes (HQ, literatura, cinema, pintura, etc), ou seja, as artes, apesar do que os acadêmicos prezam, não mantêm-se isoladas dentro de seus próprios sistemas, mas há uma óbvia comunicabilidade entre elas. Umberto Eco realiza, então, um duplo processo: imprime um diálogo entre literatura e HQ, por um lado e, por outro, uma comunicação entre algumas teorias da psicologia e filosofia com relação às HQ.


Fabio Mourilhe fala, na comunicação “Realidade e ficção nos quadrinhos”, sobre a fronteira entre ficção e não-ficção em um amplo recorte de HQ. Nesse recorte, vemos a questão da fabulação de maneira mais funcional do que aquilo que é usado nos estudos literários. Fabio entende a fabulação como mecanismo de ordem moral-teleológica (ou seja, como uma espécie de organizador da moralidade “superior” na sociedade) e sua dinamização pela função da metalinguagem. Um dos exemplos comentados é o conhecido caso de Grant Morrison e o Homem-Animal. É claro que o leitor guarda essa cena com enorme carinho em seu cérebro, o que me dispensa de fazer uma descrição. Mourilhe apresenta a proposta sob o signo do realismo, como objetivo-fim dos quadrinhos em algum sentido. Para ele, portanto, as HQ dialogam com a realidade, tendo como base suas “verdades ficcionais”.


A segunda mesa em que o tema é Bachelard foi, digamos, excêntrica. De um lado, Luis Felipe Castro Alencastro, desenvolveu em “Sandman: Para além do sonho e do devaneio” os pressupostos de Bachelard em torno das duas noções, mas criou um abismo com relação ao objeto de análise. Muito tempo gasto em definir um histórico que possibilitasse a emergência dessas noções e pouca análise da obra com relação a essas definições. Depois disso, Mourilhe retorna a trabalhar o tema da continuidade, utilizando para tanto a noção de Bachelard de ruptura. Acredito que uma rápida pesquisa possibilite ao leitor fazer a mesma correlação de maneira rápida. O que chama a atenção é que Mourilhe não fala abertamente sobre continuidade, mas a define de maneira exemplar como sendo “os instantes que se revelam relevantes para a produção posterior daquele evento primeiro”.

A terceira mesa teve a participação de Peter Kuper, autor estadunidense de quadrinhos políticos que expressaram ao público brasileiro que nem só de super-heróis e zumbis vive a comunidade americana. Kuper, tal qual Joe Sacco, pode ser considerado um dos proeminente autores de quadrinhos-jornalísticos, ou charges narrativas, se preferir. O autor mostrou, em sua palestra, uma verdadeira seleção de quadrinhos que causaram comoção no público que, surpreso, via nas ilustrações que o artista americano está pensando numa escala muito maior do que se pensava. Além disso, um tema foi amplamente debatido: a censura ao trabalho do artista. Como seu principal veículo era o jornal, a censura de um editor para trocar uma imagem aqui, proibir a publicação de uma ilustração acolá, torna, para Kuper a dinâmica de possibilidades de abordagens um problema: ao mesmo tempo que frustra, serve também como catalisador de novas ideias, tornando esse papel (do censor) um obstáculo que gera, ao fim, uma maior criatividade para o artista.

E foi assim que terminou o primeiro dia da Coficon, semana que vem teremos a segunda parte da cobertura (ui!).

Inté.

3 de novembro de 2011

COFICON – O evento acadêmico da Rio Comicon (Introdução)

Sempre que vou a um evento acadêmico, não posso deixar de notar o tom de pseudo-seriedade que surge. Algo como se o evento fosse desbaratar o segredo da roda, ou mesmo provar que o motor de nêutrons pode ser fabricado com materiais que você encontra na padaria, ou mesmo quem é Deus – se está vivo ou já morreu como diria Nietzsche... Sempre há essa aura fabricada por todos como sendo um acordo de que aquilo tem a mais alta gravidade. Bem, pra mim, a gravidade neste planeta, continua com 9,8m/s² de aceleração, o que torna tudo uma imensa piada como diria o Comediante, em Watchmen.


O Coficon – 1º Colóquio Internacional de Filosofia e Quadrinhos (com o subtítulo Diálogo entre o pensamento filosófico e as HQ’s) – já começa pecando no sub-título. Uma dica preciosa aos leitores de plantão que acham que conhecem todas as regras de escrita (variação linguística, antes que alguém diga, tem relações muito mais coerentes com atos de fala; com relação à escrita, não passa de desculpa esfarrapada para burrice e incompetência linguística): siglas e abreviações, em língua portuguesa, não são pluralizáveis em sua maioria. No caso de “HQ”, é ainda mais aberrante, porque a abreviação significa “História em QuadrinhoS” ou “HistóriaS em QuadrinhoS” (‘s’ aumentados graças à fórmula de Hank Pym©), preciso explicar agora o absurdo com relação ao ‘s’ final?


Revisão textual à parte, falemos do evento em si. O Coficon durou apenas dois dias, mas poderia ter-se espalhado por todos os dias da Rio Comicon, explico: a organização do evento simplesmente não preparou NADA para as manhãs, o doutor mais odiado no pedaço aproveitou o local até o sábado para estudar um pouco (é, meus queridos, se você quer ser algo na vida ESTUDE e não é necessário fazer universidade, lembre sempre disso...). Como não havia NADA, NADA, NADA, o Coficon poderia aproveitar-se disso para inserir mais comunicações enquanto evento paralelo dentro do mesmo espaço. De qualquer forma, devemos notar os pontos extremamente positivos do Colóquio.

O primeiro deles foi adequar-se ao espaço da Rio Comicon. Explico: só há um auditório para o evento e isso exige que todos aqueles que desejam participar devem adequar-se a esse mínimo espaço para suas palestras, gerando assim uma enorme redução do tempo de apresentação e debate (20 min. de apresentação e cerca de 10 min. de debate para cada expositor). Nesse ponto a organização da Coficon foi excepcional, pois conseguiu, na ampla maioria dos casos, cumprir a tarefa. Excessão feita no domingo com relação a um convidado especial.


O segundo ponto alto, que pode não agradar ao leitores de quadrinhos, mas já está no título – as HQ são somente o suporte escolhido para se falar de filosofia, esse era o centro. Isso gera, muitas das vezes, uma enorme explicação filosófica em detrimento ao material analisado. Como o título colocou filosofia antes de quadrinhos, isso não é problema, mas pode ser revisado para o ano de 2012.

O terceiro e mais importante ponto foi que, rapidamente, todos os que estavam presentes perceberam que o evento NÃO ERA PARA UM PÚBLICO ACADÊMICO. Isso gerou um certo traquejo de todos os expositores (exceto um) para adaptar suas falas ao público que estava assistindo ao evento (em sua ampla maioria nerds vagabundos).

Semana que vem, escrevo, literalmente sobre as mesas do evento em si e da segunda participação da velha doida dos X-Men na Rio Comicon...

Inté.

2 de novembro de 2011

"Seu Chris, numa balada você sairia com o Wolverine ou com o Dente de Sabre?" (Segunda parte)

Fala aê, galera!!!!

Semana passada, ou nesta semana ainda, (estou perdido em mais um vórtex temporal), estava contando como foi minha experiência de estar na entrevista que o senhor Chris Claremont concedeu ao Rio Comicon. Hoje, eu termino esta bodega, porque estou afim de falar sobre coisas que me são maneiras, não sobre a tristeza daquele dia.

Bom, continuando, perguntaram ao Mestre Kame da Marvel o que ele achava sobre o reboot da DC e, depois de mais uma rebolada, disse que a Marvel faria o seu melhor para não ficar atrás da DC (agora, veja você – como diria o Alborghetti – “mas que barbaridade”, que respostinha mais safada).

Quando perguntado se, em alguma vez, ele já havia pensado em parar antes? Sua resposta foi um "claro que sim" (eu concordei, eu mesmo já pensei várias vezes em pedi-lo para se aposentar).

Alguma alma lá de trás perguntou se os X-Men teriam a mesma mensagem para os dias atuais e a resposta do senhor “EUAno” foi que, de fato, a série ainda trazia a mesma mensagem para mundo atual (espero que ele não esteja se referindo à mensagem massavéio).

Quando perguntado sobre as mortes e “desmortes”, o Todo mundo odeia o Chris falou que acha isso um puta-puteiro-do-caralho (tradução livre), que, por ele, nem “O Jean” teria voltado (não faria diferença), mas, como quem pode manda e quem tem juízo obedece, tiveram que ter uma ideia imbecil para trazê-la novamente para formação da X-Factor.

Depois de ter sido perguntado do seu pior desenhista (John Byrne), do seu melhor desenhista (John Byrne), alguém teve a sacada de perguntar mais diretamente sobre o senhor John Byrne. Sua resposta foi: "ele é um cara brilhante, mas não tão brilhante como todos os outros" (ah tá, Rob Liefeld).

Perguntaram sobre algum personagem que ele gostaria de ter desenvolvido mais e o senhor Claremont respondeu que tinha centenas de personagens que ele gostaria de desenvolver. Mesmo assim, ele não pode desenvolvê-los, pois todos o vêem como o mastermind (mestre do mindinho, em tradução livre) dos X-Men. De qualquer forma, depois desses anos todos longe dos mutantes (longe em termos, né, X-Men Eternamente?) algumas dessas ideias hoje poderão rolar (caguei né).

Bom, indo para o podrão das entrevistas, duas perguntas me fizeram repensar minha ida neste dia (e as malditas palavras do Dr. House que afirmou antes de ir embora: "Não vou assistir a essa palestra do Claremont porque fanboy tem lapsos de inteligência que me dão vontade de sacar uma adaga Sai), vamos por ordem decrescente de mongolices.

Perguntaram se ele contrataria o digníssimo senhor Liefeld, a resposta foi até “elegante” depois de uma enrolada ele afirmou que deixaria as mulheres resolverem.

A pérola foi quando algum ser maldito perguntou qual seria a escolha dele para uma “balada” no Rio de Janeiro, Wolverine ou Dentes-de-Sabre (fiquei tanto tempo rindo de vergonha dessa pergunta imbecil que nem prestei atenção na resposta, mas tinha a ver “com espera para ver...”)?


A partir daí, o pessoal desceu o nível, perguntando se algum dos personagens viria ao Rio e outro cretino perguntou se ele poderia dar um jeito no personagem Aquaman (esta última pergunta respondida com a rápida pergunta “Who?”).

Pois bem, considerando tudo, o evento foi bom, algumas cosplayers que estavam lá eram excelentes (menção honrosa à Ravena – sensacional), a oportunidade de ter conhecido um ícone das histórias em quadrinhos que eu lia foi ímpar, mas ficar numa plateia cheia de fanboys (salvo um ou outro no momento), e este mesmo ícone a que me referi rebolando nas perguntas... na boa, podia ter ido pra casa mais cedo.

Bom galera até a próxima, espero que menos rabugento.

1 de novembro de 2011

"Seu Chris, numa balada você sairia com o Wolverine ou com o Dente de Sabre?" (Primeira parte)

Fala aê, galera!!!!

Como geral já deve saber, e como o Dr. House já disse, mês passado tivemos o lendário Rio Comicon, evento legal que reuniu vários teóricos (cagadores de regras em sua maioria) de HQ.

O Notas Nerds, como um blog de excelência, cobriu o evento (na verdade, apenas o Dr. House foi nos dois primeiros dias porque ele é RICAH e tem a vida ganha, mas isso não vem ao caso). Bom, sobrou para o fotógrafo da equipe e amigão da comunidade a cobertura através de fotos nos dois últimos dias desse evento.


Dane-se tudo isso! Não vou falar sobre todo o evento, apenas sobre a entrevista/palestra dada pelo ilustre senhor Chris Claremont, um dos velhinhos responsáveis pelos X-Men nos anos 1990 (lógico que ele teve outros trabalhos e também esteve em outros momentos dos X-Men, mas dane-se! a maior discussão foi sobre este trabalho, nessa época, repetindo X-Men nos anos 1990).

As perguntas eram livres, porém o senhor Chris fez questão de não responder quase nenhuma das perguntas, então por que cobrir esta bagaça? Por um simples motivo, meu amigo leitor que perde seu tempo com este blog, para que você entenda o sofrimento que foi assistir à palestra, por apenas um motivo: as perguntas.

Tenho que confessar que algumas perguntas foram bem elaboradas, algumas foram tão bem elaboradas que o mediador teve que cortar o desenvolvimento da questão, alegando não ter muito tempo (embora estava nítido que o mediador estivesse de saco cheio por ouvir uma indagação tão grande). O fato é que a muitas das perguntas foram mais do mesmo e outras extremamente bossais o que fizeram sentir-me tão envergonhado quanto o torcedor do América.

Ah, só fazendo uma consideração antes de por algumas perguntas, os colaboradores do evento fizeram-me o favor de por uma intérprete que não sabia xongas de quadrinhos – a ponto de, na hora sair um “O Jean Grey” ou “O Strom”, confesso ter me frustado com esta (espero eu) bela senhorita intérprete.

Bom vamos agora às perguntas, elas não estão na íntegra – porque o nosso QG não dispõe de um gravador... então, tive de por em prática meus super-poderes de síntese e de escrita – lá vamos nós.
A primeira pergunta consistiu (para minha surpresa) em saber se o Claremont estava satisfeito com o que o Wolverine (nem assim esse povo larga o saco do Wolverine, que m3rd@!) havia se tornado hoje nas HQ. Bom, o senhor CC depois de se envaidecer (não me pergunte com o quê) respondeu estar satisfeito sim com o Wolverine.

Quando perguntado sobre Magneto e Genosha, o bom velhinho falou de sua importância como minoria (mutante e judeu) e falou sobre seu objetivo com o personagem que, na verdade, era de por como diretor do instituto Xaviver definitivamente.
Perguntado sobre qual das formas de lideranças ele mais gostava (Ciclope ou “O Storm”), o coroa ficou em cima do muro e trouxe o Wolverine como um terceiro contraponto aos dois, por conta de sua natureza selvagem (não entendi a babação, vito que muito do desenvolvimento deste personagem foi graças ao John Byrne).

Bem, a segunda parte eu envio semana que vem, aí vcs entenderão o motivo da minha revolta e o porquê deste título bizarro.

Abração.

27 de outubro de 2011

Rio Comicon 2011 – Como foi a bagaça (parte 01)

Na última semana, tivemos, no Rio de Janeiro, a segunda edição do principal evento internacional de Quadrinhos (pelo menos, é o que o título indica). O leitor já está acostumado com meus textos longos sobre tudo aquilo que me interesso por escrever, mas, dessa vez, vou tentar um texto mais sucinto. Podem reclamar, leitores... Isso é o tempo de que disponho me permite realizar.

O evento tomou de quinta a domingo com algumas exposições sobre artistas brasileiros e internacionais, tendo como grandes ban-ban-bans Will Eisner e Guido Crepax. No mais, o evento deu-se da mesma forma que 2010, com uma pequena diferença. Ou seja, não temos como escrever muito sobre esse evento, pois, estruturalmente, não há tanta diferença. A única coisa que chamou a atenção foi uma aproveitamento melhor do espaço para exposições – DC 75 anos e Universo Clamp e uma enorme falta de respeito com os artistas que não tinham capilé e ficaram entre dois trens enferrujados (pintados por fora, mas enferrujados) com mesinhas de papelão para vender material e autografar – falta de respeito, porque a Travessa continuava com seu mega-estande...


Quinta-feira, às 15:10, fui assistir à primeira mesa de palestras do evento, chamada “Quadrinhos de cultura pop” e foi um interessante bate-papo sobre as intermitências entre quadrinhos e graffiti nos quadrinhos de S. Paulo. Destaque apenas ao pensamento que de começa a emergir um mercado brasileiro para além da Turma da Mônica e seus derivados. Às 17 horas, tivemos “Novos rumos da HQ brasileira” que contou com um quarteto afiadíssimo em comentários mais adequados à situação comercial no Brasil, em que uma editora não se arrisca mais em colocar no mercado uma novidade. A área de testes da HQ nacional agora se chama internet. Se o povo da internet gosta, a editora gosta, o que revela também que, excetuando-se MSP, não há ainda a profissionalização do editor de quadrinhos em nosso país. Ou seja, não há uma pessoa responsável pela captação, seleção e disposição crítica em cima daquilo que é levado para a editora (se quiserem me contratar para fazer isso, o meu e-mail está disponível 24h/dia #prontofalei).


Na sexta-feira (21 de outubro), iniciou-se o segundo dia de atividades. No dia anterior, comprei material independente. Na sexta, contive meu ímpeto e não comprei nada. Mesmo assim, às 14:00, lá estava meu corpo confortavelmente instalado na cadeira para ouvir a antiga geração dos quadrinhos nacionais. “Meu brasil brasileiro” marcou-se como um paradoxo, a palestra de mais um trio, mediada pelo pesquisador Carlos Patati, foi uma das mais enriquecedoras para o público, pois, além de contar as peripécias iniciais dos quadrinistas no Brasil e a completa ignorância com relação às editorações, tivemos a oportunidade de ouvir uma imensa palestra técnica com relação às formas de utilização de desenho.

Logo após, às 16:00, tivemos “A conquista das Américas”, com somente uma dupla a falar das intempéries do mercado americano, das fórmulas rígidas de desenhos de super-heróis e de como um desenhista pode utilizar seu próprio estilo nos EUA. Além disso, vale lembrar que, por esse motivo estou com uma edição autografada de Tune 8.


Às 18 horas, a palestra em que eu mais saí do auditório. “Criatividade narrativa” foi uma palestra em que um e somente um dos autores cismava em se considerar um artista romântico, que deveria trazer a luz de sua sabedoria para todos aqueles que vieram ouvi-lo. Nauseabundo, tive de sair da sala inúmeras vezes para tomar o Santo Graal da ironia e calar-me. Entretanto, no meio do espetáculo de esnobismo, tive um acesso de risos e algumas pessoas estavam me perguntando: “Tá rindo do quê?” ; “Se ele fosse isso tudo o que ele está dizendo, ele teria a mesma euforia que o Manara teve ano passado, não?”. Risos baixos generalizados e ninguém mais prestou atenção. Quando Coutinho iniciou sua palestra a qualidade da exposição melhorou muito.

No sábado, sentei somente para ver a palestra das 14 horas. “Caminhos digitas” foi uma palestra complementar a “A conquista das Américas”, que elucidou para o espectador que assistiu às duas, todo o árduo percurso que um artista hoje tem de passar para se tornar conhecido pelo público. Destaque para o lado americano da palestra e deméritos para o lado europeu, como sempre... Não assisti mais nada nesse dia, pois tratava-se das palestras pop stars. Preferi tecer alguns ardis com Sidney Gusman e comprar MSP 50, MSP +50, MSP novos 50. Ebony Spiderman esteve na palestra de gala e pode falar melhor sobre o velho Chris Claremont.

Domingo, o último dia, às 14 horas, tivemos a palestra mais deselegante de todas. Explico-me: as palestras estavam TODAS, TODAS, TODAS, organizadas num sistema de bate-papo. O mediador fazia algumas perguntas (em sua maioria, três) e, logo após, o público ficava livre para perguntar o que quiser, até o término do horário e início da próxima palestra. Esse esquema, obviamente, expõe muito o palestrante, mas torna interessante o diálogo, pois pode-se ver como o público se comporta com relação a determinadas perguntas oriundas da plateia – obviamente, fiz perguntas em todas as palestras que estive, todas traçaram um determinado panorama do pensamento artístico com relação aos quadrinhos, mas isso falarei num outro post. No caso de “Mangaká”, eles anunciaram (com toda a cerimônia de que a mediação seria dupla porque estavam presentes à mesa o presidente de sei-lá-o-quê de mangá e o diretor presidente do sei-lá-o-quê de cosplay) que fariam poucas perguntas e deixariam a galera livre. O que ocorreu, de fato, foi uma tomada de tempo absurda para a babação de ovo das duas e pouco tempo para perguntas, causando certa antipatia da plateia nesse momento.


Depois disso, não assisti mais nada porque não queria ouvir a filha de um artista falar e não queria ouvir mais europeus dizendo que são artistas e que as pessoas não os entendem porque são geniais.
O próximo post será sobre o evento de filosofia que ocorreu juntamente à Rio Comicon, até lá e bons Vicodins para todos...

Inté.

DCUO na Web e Batman em SP

Olá, Nerds e Nerdas, tudo bom? Como está sendo a semana de vocês? Espero que todos estejam jogando e se divertindo bastante. Para variar, eu sou o único que posto aqui, então mais um post sobre jogos.

Aconteceu, ontem, na Livraria Saraiva do Shopping Morumbi (SP), um evento organizado pela Warner Bros, para o lançamento do Batman: Arkham City no Brasil.

O evento contou com alguns convidados como  Alexandre Ottoni e Deive Pazos, (Jovemnerd), Thiago Borbolla (Judao), Érico Borgo (Omelete), e o editor da Panini, Levi Trindade.

Hoje, de acordo com Warner, o jogo vendeu, só na sua primeira semana, nada mais nada menos que 2 MILHÕES de cópias.

Aproveitando o fato de eu estar falando do Batman, que é um heróis da DC, hoje acontecerá um evento, via videoweb, com o pessoal do DC Universe Online – no caso o produtor executivo, Lorin Jameson e o diretor de criação, Jens Anderson – conversando sobre o jogo ser de graça, a preparação, datas importantes e o que estar por vir.

Para os interessados, o evento começará às 21h30, horário de Brasília. Para assistir basta clicar AQUI.

Bom, vamos lá. Quanto ao Batman: Arkham City, eu já esperava que seria um sucesso e quem ganha com isso somos todos nós jogadores, já com relação ao evento eu só fico puto mesmo porque essas coisas só acontecem em São Paulo e nunca no Rio, mas fazer o quê? É a vida...

Já sobre a transmissão ao vivo sobre o DCUO, pretendo assisti-la e ver o que vem por aí. Recentemente, voltei a jogar e já senti algumas mudanças – para melhor é claro –, mas o jogo, como todo MMO, continua repetitivo.

Acho que realmente é uma tendência para os MMOs tornarem-se gratuitos, mantendo a lucratividade com as pequenas transações. Não que eu ache isso ruim, para mim, o importante é sempre termos bons jogos para escolhermos.

Abraços.

10 de outubro de 2011

Vídeo Game Live 2011

Olá, Nerds e Nerdas, tudo bom? Como foi o final de semana de vocês? O meu foi excelente: o Flamengo ganhou do Fluminense, o Vasco perdeu e, de quebra, fui ao VGL assistir a um show bonito, mas não tão empolgante quanto os anteriores.

Com o fim do Canecão, a edição desse ano foi no Centro de Convenções Sulamérica, mesmo local onde aconteceu o Brasil Game Show.

Confesso que não achei o local muito propício para o evento, por ser um concerto deveria ocorrer numa casa de shows, mas nem por isso o espetáculo foi prejudicado. O local estava com lotação máxima dividida em Cadeira Prime, Setores A e B.

Para quem foi nos anos anteriores, algumas piadas já são batidas, mas devo lembrá-los que há aqueles que nunca viram o espetáculo e, para estes, as piadas soam engraçadas.  Após a introdução, Tommy Tallarico entra com Street Fighter e, no fundo, só imagens do Blanka porrando os adversários.

Após o fim da música, Tommy apresentou o maestro Wataru Hokoyama, autor da trilha sonora de Afrika (jogo para PS3) e de algumas composições de Resident Evil 5. Os demais convidados foram Laura Intravia, que estava na turnê de 2009 e o compositor da Blizzard, Russell Brower.

Você, caro leitor, deve achar que, com essa descrição, eu não fiquei empolgado com o show e confesso que não muito. O ponto alto foi uma versão de Tetris ópera e a versão cantada de Snake Eater do Metal Gear 3. Isso não quer dizer que o espetáculo foi fraco, pelo contrário ele foi bom. Creio que esse meu “desapontamento” se deve pelo fato de ter vivido experiências melhores com o espetáculo.

Não sei porquê, mas o show foi o mais curto. Eles tocaram por aqui pouco mais de 2 horas (contando com o intervalo). Tivemos um setlist com poucos clássicos, não tivemos God Of War, Sonic e Megaman, por exemplo. Outro fator que não colaborou foi o público, este ano estava muito, digamos … parados, não tinha aquela empolgação dos anos anteriores.

A minha opinião sobre o evento como um todo é a seguinte: o local não era digno para o evento de tal porte. O palco era menor, a orquestra estava reduzida, o coral estava no fundo e quase não dava para vê-los, o monitor no fundo, assim como os laterais eram tampados pelos próprios membros da orquestra. Creio que, para os que estavam no fundo, as telas e nada eram a mesma coisa. Por ser local para convenção, parecia mais festa de fim de ano de empresa, em que os funcionários ficam assistindo uma apresentação qualquer, do que um espetáculo animado de jogos.

Mas nem tudo foi ruim, apesar de curto, o show foi bom. Destaque para uma conversa ao vivo, via Skype, com o criador do vídeo game, Ralph Baer e, conforme citado anteriormente, a versão Tetris ópera e Snake Eater.

No final, consegui entrevistar o Tommy e a Laura Intravia, mas, como estou com pouco tempo, só consegui editar o vídeo do evento, fazendo um compacto de 5 minutos. Ainda esta semana, postarei a entrevista com Tommy e Laura.
Segue o Setlist do show
  • Street Fighter II Medley

  • Afrika

  • Resident Evil 5

  • Mario Medley (Laura tocando flauta)

  • Halo: Reach

  • World of Warcraft: Burning Crusade (Russel Brower)

  • StarCraft II: Wings of Liberty (Russel Brower)

  • World of Warcraft: Lament of the Highborne (Russel Brower)

  • Metal Gear Solid 3 - Snake Eater (Laura no vocal)

  • Tetris Opera (Laura no vocal)

  • Castlevania

  • Mass Effect

  • Zelda Medley (homenagem aos 25 anos)

  • Pokémon

  • World of Warcraft: Cataclysm - Invincible (Russell Brower)

  • One Winged Angel

  • Chrono Trigger/Cross (Laura na flauta)

  • Still Alive (voz de Laura)

Fiquem com dois vídeos do show e uma galeria de imagem.

Abraços

Compacto do VGL 2011

 

Tetris & Opera

 

29 de setembro de 2011

Análise do 2° Encontro IGDA

Olá, Nerds e Nerdas, tudo bom? Como está a semana de vocês? Gostaria de lembrá-los que, hoje, amanhã, sábado e domingo, ainda teremos o Rock In Rio. Claro que o melhor dia ocorreu no domingo passado e você pode ler a minha crítica sobre o evento AQUI.

Quero ressaltar, também, que neste domingo teremos Guns And Roses, System Of A Down e eu gostaria muito de assisti-los, mas o assistirei no conforto do meu lar.

Bom, eu e o Dr. House fomos ao prédio da FGV, para o 2° Encontro da IGDA (nota do Sr. Delarue: o Dr. House era um ser estranho no meio... afinal, o forte dele é HQ) e, posso dizer, que para os desenvolvedores de jogos é uma grande oportunidade de visão de mercado e troca de experiência.

O evento foi dividido em duas etapas, sendo a primeira uma apresentação, com o Arthur Protasio (Vagrant Bard) – Presidente da IGDA – explicando o que é a IGDA (AQUI), sua proposta, etc. Após essa explicação, ele expôs o resultado de uma pesquisa mercadológica sobre os jogos no mercado brasileiro.

Após os créditos iniciais foi a vez do palestrante Antonio Marcelo que focou no empreendedorismo dos futuros programadores de jogos, dando-lhes uma visão de como podem utilizar seus produtos no mercado.

Como sou formado em administração, tais conceitos não foram novidades para mim, mas acredito que isso seja de extrema importância para os desenvolvedores, uma vez que seus cursos e/ou faculdades são focados exclusivamente na técnica de desenvolvimento de jogos.

Depois de um pequeno intervalo ou Coffe Break (para os mais cultos), deu-se a segunda parte do evento com a exposição de alguns jogos. Infelizmente, não pude assistir essa parte, o que lamento.

Como disse no começo do texto, acho esse tipo de encontro muito válido para aqueles que estão começando, pois é uma grande oportunidade de criar amizades, trocar experiências e, principalmente, saber entrar no mercado.

Para assistir ao vídeo clique AQUI.
Para conhecer o relatório sobre o mercado de jogos apresentado no evento clique AQUI.

Abraços.

PS do Dr. House - Invado esse post, para vos apresentar a versão 2.0 de "Quem somos". Basta clicar no link "quem somos" ou AQUI. Lá temos a grande novidade: uma carta de princípios para o blog...

28 de setembro de 2011

Rock In Rio: Chega ou dá para mais um?

Olá, Nerds e Nerdas, tudo bom? Como foi o início de semana de vocês? Espero que tudo tenha saído conforme o planejado. 

Bem, o meu fim de semana foi muito bom, depois de 49 dias, o Flamengo venceu e, de quebra, fui ao Rock In Rio assistir ao show do Metallica.

Olha, para quem esteve no Rock In Rio III: Por um Mundo Melhor, este Rock In Rio, em termos de organização é infinitamente melhor. 

Nesta edição, o que me chamou mais atenção não foi o som nem o palco, mas a logistica utilizada para chegar e sair do evento.

Caro leitor, antes de falar do show, gostaria de voltar ao tempo, precisamente 10 anos. Voltemos para o dia 19 de Janeiro de 2001. Há 10 anos atrás o que era o Rock In Rio? Um palco central, duas tendas e um terreno barroso. Sinceramente, não lembro de um local para comer (nota do Dr. House: existia um local para comer no Rock in Rio de 10 anos atrás, eu quase trabalhei nele porque precisava de dinheiro, mas fiquei com medo de tomar porrada por conta dos preços abusivos) e, o pior de tudo, a confusão na volta para casa.

Com base na experiência no passado, me preparei como se estivesse indo ao RIR de 2001, uma calça jenas desconfortável, camisa preta do Iron Maiden e um tênis velho (nota 2 do Dr. House: como se ele se vestisse de maneira diferente no dia-a-dia...). Não precisava de tudo isso. A ideia de Cidade do Rock realmente estava lá, havia uma calçada e o local do palco principal era de grama sintética, ou seja, nada de lama, meleca preta, poeira e tudo o mais que existia em 2001.

Estou fazendo Pós em Gestão do Entretenimento, como vocês sabem (nota 3 do Dr. House: Meu Vicodin de todo dia - parece o Superboy, rsrsrsrsrsrsrs!!!!), tentei analisar o máximo que pude as “novidades” e percebi que muita coisa mudou em 10 anos. Sendo repetitivo: o que realmente chamou minha atenção foi a organizção, isso relamente foi espetacular, comprovando o profissionalismo que o pessoal (nota 4 do Dr. House: os lusitanos, que fique bem claro isso!) do evento adquiriu ao longo dos anos.

Logo de cara o que encontro são asfasto e grama sintética, eliminando, assim, a possibilidade da famosa poeira, levantou poeira. Várias lojas para que o usuário tenha a experiência da marca, muitos pontos para compra de comida e bebida e muitos banheiros.

Obviamente num evento desses temos uma demanda muito grande para escoar excrementos humanos, então filas, tanto para os banheiros quanto para a compra de comida e bebida. Amigos e reportagem relataram-me sobre ficar na fila, para comprar bebidas, durante 2h. O que foi considerado um ponto negativo no evento.

Apesar desses problemas, os locais de compra e banheiros estavam muito bem posicionados e localizados, o problema maior é você pegar uma privada “batizada”, mas fazer o que né? (Nota 5 do Dr. House: assistir aos show no conforto de casa?) 

Não visitei a Rock Street, então, não posso comentar muito. Quanto aos “brinquedos” (Roda Gigante e Tiroleza) nada mais são do que atrativos para jovens que sempre buscam novidades. Claro, o evento pretende atrair o mais diverso público independente do dia, ou seja, apesar de domingo ter sido o dia do Metal (Metaaaaaaaaaallllllll!!!!!!), havia uma tenda eletrônica. Esses atrativos estão no pacote “Experiência do Rock In Rio”, uma vez que tem pessoas que querem se divertir e não necessariamente assistir ao que está acontecendo no Palco Mundo.

Agora, vamos falar do show. Antes de mais nada, gostaria de avisá-los que cheguei 19h30 na cidade do Rock. Logo, peguei o final do show do Sepultura e. apesar de ter visto pouca coisa, gostei do que vi (pelo menos, consegui assistir Roots Bloody Roots). Das bandas que eu vi de fato, Motorhead fez o básico, mas nem por isso estou depreciando sua apresentação, metal clássico, muito bem executado e com direito a uma homenagem com Going to Brazil.

Show de excelente qualidade técnica.

Não conhecia o som do Slipknot e fiquei muito impressionado com o show. Confesso que, quando cheguei em casa, resolvi ouvir sua discografia e adorei o que eu ouvi – um som forte, pesado e músicas muito críticas. O ponto alto foi a última música, Surfacing, com direito a bateria giratória em 90°. (Nota 6 do Dr. House: vale destacar também o Super-Mosh e a utilização de percussionistas de maneira relevante, com direito a solos e manutenção rítmica na ausência de um baixista - estranha e excelente escolha para mudar o basicão do Metal - Metaaaaaaaaaaaaaallllll).

A bateria giratória foi foda.

O que gostei mesmo no show do Slipknot foram as várias rodas, não que eu tenha participado, mas  porque eu consegui chegar na grade com muita facilidade (chupa garotada que gosta de se esfregar nos amiguinhos!!!!).

Depois do Slipknot, sobe ao palco a apresentação principal: Metallica. Meus amigos sabem que eu vivo metendo o pau UI!!, dizendo que eles não fazem nada desde 1990, que o Megadeth é bem melhor nesse período etc. Mas tenho que concordar que os caras têm presença de palco, o começo foi absurdo: uma sequência de hadouken de porrada, depois duas múcas do último álbum Death Magnetic (2008) e, depois, só clássicos. O ponto alto foi quando eles tocaram Fade To Black.

Melhor momento do show do Metallica.

Resultado final: melhor impossível. Então... por que esse título? Porque a idade chega, você não tem mais saúde para ficar no empurra-empurra da grade, sente fome, sede, calor, falta de ar. Fora as dores no pé, joelho e nas costas (Nota 7 do Dr. House: ichi, nosso amigo está decadente, não?).

Confesso que, em 2013, terei que ficar na área VIP, porque eu sou “Rock And Roll Bebê” ou em uma cadeira assistindo com um binóculo (Nota 8 do Dr. House: ou a gente compra um telão e faz um churrasco na casa de praia). Idade é uma merda!!!!

Abraços.